«Não podes castigar-me com a consola porque eu estou lesionado e assim não posso ir para a rua jogar à bola!!»
... início de um novo ciclo!
Ontem foi o dia do regresso... Felizmente, em matéria de concursos, para mim as notícias foram óptimas: regresso ao "meu" lugarzinho destes dois últimos anos! Mas regresso com o amargo de ver tantos colegas ficarem para trás... Carrego uma felicidade contida, se é que me entendem!
Quanto ao Duarte, hoje foi dia de psicóloga... Foi uma consulta muito agradável, ajudou a desmistificar alguns receios que ainda por aqui pairam, não só em relação ao Duarte como também relativamente ao Nuno... O Duarte vinha feliz, muito sereno, e ao fim da tarde surpreendeu-nos quando o apanhámos no computador a... ler em voz alta! Ficámos deliciados... pedimos mais e mais ele leu - claro que não é uma leitura fluente nem acerta em todos os casos de leitura mas como nunca se interessou muito pelas letras, focando-se sempre nos números, conseguiu deixar-nos de boca aberta!
Estou um bocadinho assssimm preocupada com o início das aulas! O Duarte vai experimentar os "rigores" de uma sala de aula pela primeira vez. Chamo-lhe "rigores" dentro das medidas de uma criança que não consegue entender, idealizar, que a sua liberdade tem limites e que o seu comportamento social influencia, inevitavelmente, a forma como se desenrola toda a realidade em seu redor...
Não se pode dizer que o Duarte não lide bem com o cumprimento de regras... Se as entender e as considerar válidas, ele é o primeiro a cumpri-las ri-go-ro-sa-men-te (assim como é o primeiro a apontar o dedo a quem não as cumpre!!). Mas, se achar que determinada condição, atitude ou decisão deve ser levada a cabo por esta ou aquela razão (no entender dele mais que válida, mais que justa, sempre justificada com uma lógica que tantas vezes nos desarma, nos desconcerta...), então não há castigo, penalização... que o detenha!
Tenho engolido algumas críticas, refreado algumas respostas mais tortas a quem, do topo da sua sabedoria educacional, me diz que «não há nada como uns açoites para acalmar essa teimosia», que tenho de ter «mão pesada», «voz grossa», «coração ao alto»... Como se fosse assim tão fácil, tratando-se do Duarte... Não sou mãe de primeira viagem e a vida tem-me ensinado que as crianças de hoje não se regem pela mesma bitola de uma década ou duas atrás... que os rigores paternais que tão bem serviram os nossos avós, não se enquadram no tempo em que vivemos... que é preciso saber moderar disciplina e amor quando se trata de educar... E que, no caso do Duarte, as cartas devem ser jogadas com a máxima "diplomacia" sob pena de nos deixarmos enredar num caminho sem volta...
Posto isto, cresce a minha ansiedade em relação à sua adaptação à vida escolar, às exigências dos "livros" e de condutas que não encaixam nos seus horizontes, à necessidade de ele se manter focado e concentrado nos momentos-chave quando ainda gosta tanto de viver no seu "mundo da lua"...
... não são, definitivamente, o forte do Duarte!!
Dois episódios durante estas férias:
Eu: Duarte, não comas esse pêssego que está verde!
Ele: Não está não! Está vermelho e amarelo!
Numa casa de banho pública cuja sanita estava sujíssima:
Pai: Vamos embora que esteve aqui um "porco"!
Duarte: Um porco? Mas eu vi lá fora um sinal que proibe a entrada de animais!!
Se ele quer a taça das joaninhas quando já colocaste os cereais e o leite na taça do gatinho, até porque a das joaninhas está ainda por lavar... não seria mais fácil lavar a taça das joaninhas, passar os cereais de uma para a outra e evitar mais uma birra capaz de acordar os vizinhos e te deixar à beira de um ataque de nervos? Seria, mas não era a mesma coisa!! Pois sabes que na próxima vez quando optares, enfim, pela taça felina para evitar outro "pé-de-vento", ele fará a birra inversa batendo-se até às últimas consequências pela taça das joaninhas!!! Então, tens de ser firme, manter a tua posição, aguentar a bronca e... sair de casa com uma bela duma dor de cabeça!! (*)
Posto isto, poderias viver sem birras? Podia, mas...
... Optamos por negociar, negociar até ao limite do possível, cedendo daqui para conquistar dali, procurando encontrar o meio-termo entre a guerra e a paz, entre o desejável e o aceitável...
(*) Pequeníssima amostra de uma das dezenas de birras diárias à Duarte!
Depois de mais um espirro... o Duarte:
«Ai mãe, alguém te escupiu em cima e encheu-te de micóbrios!!!»
Cumprida a reavaliação para a Terapia da Fala, provavelmente iniciaremos nova ronda de sessões muito em breve... desta vez para trabalharmos competências sociais!! - «e se fizéssemos por telefone?» (a sugestão é dele, claro!!!).
O Duarte diz que não quer crescer!
Não quer ser adulto, não quer ser velhinho, não quer morrer...
Mas também não quer ser «nenhum bebé!!»
«Eu só quero ser sempre criança!!» - diz ele entre lágrimas...
Pela segunda vez em menos de um mês um dentinho definitivo já espreita na boca do Duarte sem que o de leite tenha caído!! Como convencer este menino, depois do que já passou, a abrir uma boquita de leão na cadeira do dentista? O prazo que estabelecemos termina sexta-feira!
Ele: Mãe, em que página vais no teu livro?
Eu: Página 16...
Ele: Esse é o dia do aniversário do meu amigo T.!!
Ele: Mãe, em que página vais?
Eu: Página 21...
Ele: É o aniversário da C. (educadora) e começa o Inverno!
Ele: Mãe, em que página vais?
Eu: Página 206...
Ele: Tens esses ossos todos no teu corpo!!
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